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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O barateamento da mão de obra

 “Para ter bom valor como mercadoria, o conhecimento deveria tornar-se escasso”
(Gilberto Dupas)

      Não se pode negar que o processo de globalização trouxe melhorias nas condições de vida de grande parte da população mundial. No entanto, também não podemos esquecer que esse mesmo processo deixou boa parte dessa população à sua mercê. Ou seja, nem todos os indivíduos foram agraciados pelos avanços promovidos pela globalização.
      O acesso à informação está cada vez mais rápido e mais prático. Vale lembrar, porém, que boa parte dessa informação, muitas vezes, não se torna de fato, conhecimento. Assim como o acesso à informação está ao alcance de muitas pessoas, o acesso a um “falso conhecimento” também o está. Foram difundidas pelo país inúmeras faculdades, as quais têm formado grande quantidade de profissionais. Cursos técnicos também estão presentes em muitos locais. Cursos de extensão, programas e projetos diferenciados foram se espalhando. Assim sendo, grande quantidade de pessoas conseguem atingir certo aperfeiçoamento em determinadas áreas.
       Supomos “falso conhecimento” anteriormente por acreditar que, em muitos casos não ocorre uma formação adequada em determinados cursos ofertados por diferentes instituições. Uma graduação, normalmente, leva quatro anos para ser concluída. Todavia, é possível observar algumas instituições ofertarem certos cursos em um tempo menor, como dois ou três anos. Quando se trata de uma segunda habilitação, fica ainda mais difícil de acreditar na ocorrência de uma boa formação, pois esse tempo pode ser reduzido a pífios seis meses, o que é um verdadeiro absurdo. Aí se pergunta: que profissionais estão entrando no mercado de trabalho? Não se pode, em hipótese alguma, utilizar-se de generalizações, porém, grande parte desses profissionais apresentam formação defasada.
       Com toda essa difusão da formação, ou facilidade para conquistar a mesma, estamos observando um mercado de trabalho mais carregado de profissionais, digamos assim. Quanto maior a oferta de mão de obra, mais baixa a remuneração paga pela mesma. Essa é a lógica do mercado, o qual domina as sociedades capitalistas. Dupas salienta que “numa sociedade que tende a gerar contínuo aumento de desemprego, quanto mais indivíduos habilitados a operar um computador forem qualificados, mais baixo será o valor de mercado de sua força de trabalho” (2012, p.153).
       Não que seja um erro a formação profissional para todas ou a grande maioria das pessoas, pelo contrário. Contudo, em primeiro lugar essa formação deve ser adequada, quero dizer, de qualidade, atendendo os requisitos mínimos exigidos para a formação de um profissional extremamente capaz de desempenhar a função para a qual se formou. Em segundo lugar, essa lógica capitalista da oferta e da procura não deveria se fazer presente no mercado de trabalho, pois a mesma acaba por massacrar o trabalhador e privilegiar o empresariado. Baratear a mão de obra é um descaso e um descompromisso para com o trabalhador, é uma tortura, uma grande brutalidade.
        Infelizmente, essa lógica perdura na sociedade brasileira. Vivemos um tempo de barateamento da mão de obra. Um tempo onde determinados detentores dos meios de produção se dão ao luxo de vomitar a seguinte frase “se agarre no que você tem, se tu não quer esse emprego, tem quem queira”. Revoltante.
CRÉDITOS:
Referência Bibliográfica:
DUPAS, Gilberto. O mito do progresso, ou progresso como ideologia.
São Paulo: Editora Unesp, 2012.

2 comentários:

  1. https://m.youtube.com/watch?v=Q9C-ydDj5q0

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  2. Muito interessante... não havia visto essa abertura. Casa muito bem com o texto. Obrigado!

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